quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Fui achar que eu era bom.

Fui achar que eu era bom
Fiz das tuas palavras travesseiro
Deixei-me levar a cabeça pelo carrasco do teu coração
Deixei-me esvair por completo em teu cheiro

Ah! Teu cheiro, teu sorriso, teu desprezo...
Tudo fere-me como o desespero:
Estou iludido, caído, preso,
Mas esses teus vastos olhos, que tanto quero

A perseguir-me em meu desalento,
A difundir-me na paisagem natural,
Desperta a realidade e o movimento,

Desperta-me da inércia, do coloquial,
Esses olhos fingem tão bem que pertencem à mim e ao momento
Que os meus, caem, cansados, indispostos, por final.